O Nosso amigo TIMBRADO ESPANHOL Historia:
No ano 1400 , quando HENRIQUE III enviou sua histórica expedição ao Arquipélago das Canárias, foi descoberto em ditas ilhas um pássaro fringilido em estado selvagem que cativou os descobridores tanto pela sua beleza como pela sua plumagem mas sobretudo pelo seu canto, ao ficarem admirados com seus trinos, na viajem de regresso, entre os presentes, figurava um casal de canários.
Foi tal o êxito e a admiração causada que em muito pouco tempo os canários ocuparam um lugar de honra no seio da nobreza. A partir daqui houve uma vertiginosa expansão deste cantor e florescendo um comércio à sua volta.
Comprovada a sua adaptação e docilidade começando sua criação em cativeiro dando origem a uma grande paixão. Sabe-se que esta paixão pertenceu a Luís XI, de França, possuidor de magníficos casais destes belos pássaros oriundos daquele arquipélago espanhol e não só mas também dos Açores e Madeira , parte esta que não é muito referida pelos espanhóis, estamos então nos finais do século XV.
A partir do seu cativeiro sofreram várias transformações orgânicas que originaram múltiplas variedades que hoje são habituais entre os espanhóis.
Qual foi a origem do Timbrado Espanhol? Os seus trinos primitivos passaram a sons mais musicais e sustentados, percepcionando seu reportório, nalguns casos aprendendo de outras aves, mas sempre conservando inatos seus timbres , piaus e chaus. Nesta etapa esteve sempre presente o aficionado canaricultor, que além de seleccionar a prole com melhores qualidades, empregou outros pássaros, também fácies de manter em cativeiro, tais como pintassilgos, verdilhões e especialmente rouxinóis.
Com o passar do tempo e já em datas relativamente recentes, se tem noticias de exemplares descendentes destes aficionados canaricultores, criados e educados na Catalunha, sobretudo em Olot, Cañellas, Vich y Figueras que se destacavam pela perfeição de seu canto, chegando a possuir um reportório de notas metálicas muito alegres e variadas. Este reportório obtido e conseguido pela força de tanta dedicação e selecção, praticamente desapareceu em 1936.
Afortunadamente, em meados dos anos 40, um grupo de verdadeiros aficionados madrilenos decidiu recuperar a pureza da raça. Muito trabalho houve para localizar exemplares aptos para iniciar a tarefa que com tanto entusiasmo se havia imposto. Três anos de lentos progressos e alguns fracassos conseguiram, por fim, restaurar o canto original, desde então, denominado Canário do Pais. Recuperada quase na totalidade a pureza da raça, e para evitar possíveis e novas degenerações, se impôs a necessidade de codificar a estrutura de canto para evitar sucessivos e possíveis desvios da raça.
Depois de um estudo exaustivo de todos os giros compreendidos no reportório, por parte dos aficionados mais espertos do grupo, foi confeccionado um Código provisório baseado, no realizado pelo Dr. WOLF DE MAIKAMER, para os canários de canto ROLLER. Posteriormente reformou-se este Código, mudaram-se o nome de algumas notas e sua pontuação, mas o mais importante e extraordinário desta reforma foi sem duvida, o acerto de substituir sua denominação pela de Timbrado Espanhol, mais concreta e definida. APROVÇÂO DO TIMBRADO ESPANHOL Finalmente, como prémio à determinação, esforço e zelo daquele admirável grupo de aficionados madrilenos, Espanha obteve um assinalável triunfo quando a 3 de Fevereiro de 1962, a Assembleia Geral da Confederação Ornitológica Mundial (C.O.M.) decreta por unanimidade o reconhecimento a nível mundial desta raça tão espanholíssima, colocando-se por méritos próprios entre as mais prestigiosas de todo o mundo. TIPOLOGIA DO CANÁRIO TIMBRADO ESPANHOL A parte das características especiais que definem seu canto particular que motivaram seu nome, a pureza da raça do canário Timbrado Espanhol, põe-se assim mesmo, de manifesto por seu aspecto exterior o fenotipo. Sua figura é estilizada e esbelta, de formas proporcionadas e suaves, imprimindo ao seu movimento um especial vigor, vivacidade e alegria.
Seu fenotipo é definido pelas seguintes características:
TAMANHO: Oscila entre os 13 e 14 cm.
PLUMAGEM: É completa e bem apertada ao corpo. As penas riçadas denotam impureza da raça FORMA DAS PATAS: São delgadas, pequenas e dobradas em ângulo. As patas em forma recta denotam impureza de raça
FORMA DA CABEÇA: É do tamanho mediano, forma proporcionada sem oferecer zonas desplumadas. Os olhos são vivos de cor negro, cinzentos e castanhos. A cabeça muito grande, com excessiva pena e olhos vermelhos, denotam impureza da raça.
FORMA DO PESCOÇO: Medianamente largo, em harmonia com a cabeça e o corpo.
FORMA DA CAUDA: A cauda está em linha recta com o corpo, algo aberta e em forma de cauda de peixe.
FORMA DO CORPO: É de forma afusada e em harmonia com a cabeça. Pescoço e cauda.
FORMA DAS ASAS: Estão apertadas ao corpo e levemente cruzadas na ponta.
CÔR DA PENA: Podem ser amarelos, verdes, cinzentos, brancos, isabéis e mesclados. O factor vermelho não é permitido na plumagem do Timbrado Espanhol
RESUMO: O canário Timbrado Espanhol possui rasgos determinantes e concretos que lhe são próprios como: Bico curto e cónico 10 penas rémiges primárias, 12 rémiges secundárias, Tamanho: De 13 a 14 cm. Plumagem: É essencialmente verde ou mesclado, Corpo: De forma arredondada, harmoniosa e suave, Cauda: Em forma de cauda de peixe.
DEFEITOS: Pata recta, Pena riçada, Olhos vermelhos, cor branco recessivo, cabeça com excessiva pena e factor vermelho. (Autoria de: Diogo Santana)